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Não é novidade para ninguém que a pandemia impôs uma séria de mudanças, drásticas, mundo afora. O que, talvez, muita gente não saiba é que crianças, adolescentes e jovens poderão sentir o impacto da Covid-19 – em sua saúde mental e bem-estar – por muitos e muitos anos.

Quem faz a afirmação é o UNICEF, em seu principal relatório que, este ano, está focado em saúde mental de crianças, adolescentes e cuidadores no século 21.


Como traz o “The State of the World’s Children 2021; On My Mind: promoting, protecting and caring for children’s mental health” (“Situação Mundial da Infância 2021: Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças”, em inglês), mesmo antes da Covid-19, crianças, adolescentes e jovens já carregavam o fardo das condições de saúde mental sem um investimento significativo para resolvê-los.


De acordo com as estimativas mais recentes disponíveis, calcula-se que, globalmente, mais de um – em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos – viva com algum transtorno mental diagnosticado.


E, infelizmente, o mesmo relatório traz que só cerca de 2% dos orçamentos governamentais de saúde são direcionados, em todo o mundo, para os gastos com saúde mental. 


"Foram longos 18 meses para todos nós e, especialmente, para as crianças e adolescentes. Com lockdowns nacionais e restrições de movimento relacionados à pandemia, as meninas e os meninos passaram anos inesquecíveis de suas vidas longe da família, de amigos, das salas de aula, das brincadeiras – elementos-chave da infância", disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore.


O maior problema é que a ruptura com as rotinas, a educação, a recreação e a preocupação com a renda familiar e com a saúde estão deixando muitos jovens com medo, irritados e preocupados com seu futuro.


O relatório Situação Mundial da Infância 2021 solicita que governos e parceiros dos setores público e privado se comprometam, comuniquem e – principalmente – que ajam para promover a saúde mental de todas as crianças, todos os adolescentes e cuidadores.Que, acima de tudo, protejam os que precisam de ajuda e cuidem dos mais vulneráveis.


Algumas das ações propostas para tal são: investimento, urgente, em saúde mental de crianças e adolescentes em todos os setores e o apoio com uma abordagem intersetorial, incluindo toda a sociedade para prevenção, promoção e cuidados; preparação de pais, familiares, cuidadores e educadores para abordar o tema da saúde mental como parte da saúde integral e a quebra do silêncio em torno da saúde mental, com o fomento da cultura da escuta sem julgamentos (escuta empática) para promoção de uma melhor compreensão da saúde mental e encarar, a sério, as experiências de crianças, adolescentes e jovens.


Por fim, a recomendação é valorizar a rede de apoio entre pares, promovendo e valorizando esse diálogo entre os próprios adolescentes sobre saúde mental.


"A saúde mental faz parte da saúde física, não podemos continuar a vê-la de outra forma", disse Fore. 


"Por muito tempo, em países ricos e pobres, temos visto muito pouco entendimento e muito pouco investimento em um elemento crítico para maximizar o potencial de cada criança. Isso precisa mudar", completou a diretora executiva do UNICEF. 



[Fonte: www.unicef.org] 

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