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Peste bubônica: uma das doenças mais temidas do mundo, causada por uma bactéria transmitida por pulgas de animais pequenos, especialmente ratos.

A pandemia que devastou Europa, Ásia e África no século 14 – e vitimou 50 milhões de pessoas (cerca de um terço da população europeia na época) – ficou conhecida como “Peste Negra”.

Os sintomas eram muito parecidos com os da gripe e se apresentavam como febre, dor de cabeça e vômito. Uma vez contraída, a enfermidade evoluía para inflamação dos gânglios linfáticos e, sem tratamento, provocava a morte de 30% a 90% dos infectados muito rápido, em um período de dez dias.

Lá no século 17, os surtos de doenças novas produziram a imagem de uma figura que se tornou muito simbólica e representativa: a do médico que usava um vestido que o cobria da cabeça aos pés, além de uma máscara com um bico de pássaro.

O traje assustador tinha uma razão de ser: naquela época, a explicação para a disseminação das doenças era a miasmática.

Mia...o quê?

Miasmática!

Os médicos Thomas Sydenham e Giovanni Maria Lancisi (respectivamente, inglês e italiano) defendiam que as doenças eram originadas pelos miasmas, ou seja, pelo conjunto de odores fétidos que vinham de matéria orgânica em putrefação e da água contaminada. Acreditava-se que eles causavam desequilíbrio nos fluidos corporais do paciente e ainda tinha-se certeza de que perfumes fortes poderia proteger da peste.

Puro desconhecimento científico!

A ideia das máscaras era justamente evitar que o miasma chegasse ao nariz dos médicos. Preenchidas com teriaga – uma combinação com mais de 55 ervas e outras especiarias que, desde a Grécia Antiga, era tida como antídoto para qualquer envenenamento – a máscara em forma de bico tinha como propósito proporcionar tempo o suficiente para purificar o ar.

Charles de Lorme, o médico responsável por tal “criação”, não parou na máscara de bico. O doutor que cuidou da realeza francesa durante o século 17 (inclusive do rei Luís XIII) ainda “cometeu” uma composição para o visual: uma camisa por dentro de calças que se conectavam a botas, um casaco coberto por cera perfumada, chapéu e luvas feitos de couro de carneiro e uma vara para afastar os doentes.

Séculos depois, evidente, ficou provado que aquele aparato todo não passava de uma mera fantasia que não protegia de doença alguma.


[Fonte: Revista Galileu]

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